quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

O PRESIDIÁRIO E O PSICANALISTA MODERNO.

-Conte-me seu sonho.

O "presidiário" deita no divã e começa:

Meu problema Doutor
Não é nada demais
Sonho com pessoas
Que a vida moderna deixou pra trás

Sonho com o novo, o moderno.
Eu queria amigos e artistas novos
Desejo na arte um renovo sem terno
Protestantes antigos e ateus novos

Sonho com o divino e o trágico
Uma nova revolução cidadã
Talvez algo além do antropofágico
Como os novos tipos de sedã

Sonho com mentes mais abertas
E um destino menos torto
Quero citar Drummond na hora certa
Pois no século passado nasci morto


...Nesse momento o psicanalista lançou um olhar de "Lindemberg Alves" para o presidiário..


Mas o presidiário prosseguiu:

Sonho em sair dessa prisão.
de pensamentos e filosofias alheias
Sei que meu Q.I não vale um grão
Se comparado a Chico(um porto de areia)

Sabe Doutor tô preocupado
Com a mídia e sua onisciência
Pois constataram como fato consumado
Que o passado agora dá audiência

Foi como se dobrassem minha pena
Nessa imaginária prisão
Assim, espero o "algo novo" entrar em cena
Na esperança dessa tal revoluçã....

-Ahhhhhhhhhhhhhhhhhhh páraaaaaaaaa -Interrompeu o Psicanalista.
Eu acho que um "tô cansado dessa porra toda!" seria mais propício né- Continuou o psicanalista.Concluindo com um:
-Vai se fuder com esse soneto de MERDA!!!...-E saiu furioso batendo a porta.

O presidiário olhou aquela cena e pensou:
-Puxa, como eu queria ser assim...tão pós moderno!





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